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4 de jul. de 2016

Justiça obriga estado admitir professora que foi considerada obesa

Mariana Justulin foi reprovada na perícia médica de concurso público de Bariri (Foto: TV TEM/Reprodução)
(Foto: TV TEM/Reprodução)
Uma professora de Bariri (SP) que foi aprovada em um concurso público da Secretaria Estadual de Educação e impedida de dar aulas por causa do peso conseguiu uma decisão favorável em primeira instância. A decisão cabe recurso e a Procuradoria Geral do Estado informou que está analisando a sentença e poderá recorrer da decisão judicial.
Mariana Justulin passou em 35º lugar no concurso em 2014, mas foi reprovada na perícia médica por estar com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, o que é considerado obesidade mórbida. O critério não estava especificado no edital do concurso, constava apenas que os candidatos deveriam gozar de boa saúde. Ela então entrou com uma ação na Justiça para reverter essa decisão.
Desabafo de professora em rede social teve apoio e indignação (Foto: Reprodução / facebook)Professora desabafou na internet na época
(Foto: Reprodução / Facebook/ Mariana Justulin)
Em primeira instância, a Justiça considerou incabível o motivo alegado para eliminação da candidata e a considerou apta para o exercício da função de professora. Mariana afirma que se sente aliviada com a decisão. “É um sentimento de vitória e alívio, porque é um absurdo eu ter que provar que tenho condições de saúde para dar aula, sendo que eu já sou professora. Isso foi provado nos exames médicos que eu fiz, mas mesmo assim, o estado suspendeu a minha posse.”
Para reprovar a professora, os peritos se basearam no Índice de Massa Corporal (IMC), que é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. A relação é feita entre peso e altura do indivíduo. Mariana foi classificada como obesa nível 3, com o índice de 43. O valor esperado de IMC é entre 18,5 e 25. O problema é que esse critério adotado não constava especificado no edital.
Em 2014, Mariana dava aulas de português e inglês para alunos da educação infantil e ensino médio de três escolas municipais de Bariri. E na época, a situação dela no concurso gerou revolta na cidade e nas redes sociais. Mariana postou um desabafo na sua página em uma rede social e foi compartilhada por centenas de pessoas com muitos comentários de apoio a indignação.
Mariana pediu uma reconsideração da perícia e aguarda ser convocada para novos exames. Enquanto isso ela e a família tentam superar a frustração. “A gente não é gordo porque quer. É um preconceito muito grande. Trabalho normalmente, tenho vida ativa e boa saúde. Minha filha passa no concurso e é desclassificada por causa de obesidade”, reclamou a mãe da professora, Aparecida Elizabete Justilin.
“É constrangedor você ter que dar uma entrevista porque você não foi aceita em um cargo que é seu por mérito. Eu uso meu cérebro pra ensinar. Não preciso correr dentro da sala de aula, não sou maratonista, sou professora. Gosto muito do que faço e não vou desistir desse cargo”, afirma Mariana.
Mariana Justulin foi aprovada em concurso, mas não tomou posse. Ela entrou com ação e foi considerada apta em decisão em 1ª instância.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia

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