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27 de jun. de 2016

Professores atuam sem formação específica em escolas da Baixada

Lecionam uma disciplina, mas não têm formação específica naquela área. Esta é a realidade de 40,5% dos professores da Baixada Santista que dão aulas no Ensino Médio. No Fundamental, 35,5% não têm licenciatura onde atuam. Os números representam um impacto nas salas de aula, mas por trás deles também há um cenário de precarização do trabalho dos docentes e de desvalorização da profissão.
Foto Ilustrativa
 “Não temos medida exata, mas parece óbvio que um professor com determinada formação dando aula de outra disciplina não é o ideal”, avalia o gerente de conteúdo do movimento Todos Pela Educação, Ricardo Falzetta.
Entre as cidades da região, o maior percentual de professores que não têm formação específica na disciplina que lecionam está em Bertioga, com 48,1%. Na outra ponta, figura Cubatão, município onde a taxa cai para 28,2%. No Ensino Médio, novamente Bertioga lidera, com 53,6% dos docentes sem formação específica. Nesta etapa, Santos tem o menor índice entre as cidades da região que, apesar disso, é de 35,2%. 
Meta do plano de educação
Os dados levam em conta as redes municipais, estaduais e também privada, e integram as informações do Observatório do PNE, uma plataforma on-line que tem o objetivo de monitorar os indicadores referentes a cada uma das 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE). 
A formação dos docentes é tratada em algumas metas do documento, entre elas a meta 15, que fala em assegurar aos professores da educação básica formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento que atuam.
“A desvalorização da profissão de professor é um fato que influencia. Com baixos salários, o professor fica de escola em escola para complementar a renda e não tem tempo para se especializar. Fora isso, os jovens não querem seguir a carreira. E o resultado é a falta de professores. Um diretor não tem ninguém para dar aula de Física, Química, então vai puxar o professor de Matemática. Quando acontece assim... porque existem casos ainda piores pelo País, em que professores, por exemplo, da área de Humanas, lecionam Exatas”, afirma Falzetta.
Na região, História, Matemática, Artes e Língua Estrangeira são as disciplinas que mais registram professores sem formação específica. No Ensino Médio, Química, Física e História são as que apresentam o cenário mais complicado. Há problemas também com Filosofia e História, que ficaram anos sem ser obrigatórias. A partir dos anos 2000, as redes começaram a inserir os conteúdos das matérias na grade, mas a formação de docentes não acompanhou o ritmo.
“É preciso pensar que já temos um problema que se agravará nos próximos anos com relação ao número de professores. Profissionais vão se aposentar e os jovens que estão entrando nas universidades não pensam em seguir carreira de professor”, prevê.
TATIANE CALIXTO do A Tribuna
http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades






  



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