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16 de set. de 2016

Professor no Brasil ganha menos e trabalha mais que os de outros países

Saiu uma pesquisa internacional mostrando que o professor no Brasil ganha muito menos e trabalha mais do que em outros países. O resultado disso são professores desmotivados, o que reflete nos alunos que acabam abandonando a escola cedo demais.
Quem fica na profissão, muitas vezes é levado a trabalhar dobrado para complementar a renda. Os dados foram divulgados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.
É uma responsabilidade e tanto. Ensinar, educar crianças e jovens, preparar o futuro. A profissão de professor deveria ser valorizada. Isso todo mundo diz, mas a realidade não é bem essa.
No Brasil, os professores além de enfrentar salas de aulas cheias e falta de condições adequadas de trabalho, ganham mal. Menos da metade da média salarial paga aos professores de 46 países. Foi o que mostrou um estudo divulgado pela OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Para fazer uma comparação entre os salários dos professores da rede pública de outros países, os valores foram convertidos para o dólar. A média entre os professores da educação básica, no Brasil, é de US$ 12.337 por ano. Nos outros países, US$ 28.700.
O piso salarial nacional do professor está em R$ 2.135, mas de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, mais de dez estados brasileiros não pagam nem o piso.
Barbara Giordani dá aula de Biologia em Brasília, onde os salários dos professores são maiores que a média nacional. Ela ganha quase R$ 5 mil por 40 horas de trabalho, mas não se sente valorizada. Primeiro porque o custo de vida em Brasília é um dos mais altos do país e também porque diz que muitas outras categorias de servidores são mais bem pagas.
“Infelizmente eu lamento, mas a Secretaria de Educação vai acabar me perdendo mais cedo ou mais tarde, porque eu pretendo fazer doutorado e me especializar mais. Agora, e se você não tem o reconhecimento, com certeza você vai procurar outros concursos a procura de um salário melhor”, afirmou a professora.
Eles ganham menos, mas estão entre os que mais trabalham. Nos países pesquisados, o professor passa, em média, 40 semanas em sala de aula por ano. Isso inclui o tempo que eles levam para preparar as aulas e corrigir as provas. No Brasil, são duas semanas a mais de trabalho.
O especialista em educação Cleyton Gontijo, da Universidade de Brasilia, diz que a desvalorização do professor é um problema histórico no país e que isso, além de afastar muitos professores da profissão, também exige que alguns tenham mais de um emprego, com prejuízo para eles e para os alunos.
“Esse professor sai de uma escola, onde ele trabalha pela manhã, corre para uma outra escola para trabalhar à tarde e, às vezes, corre para uma outra escola para trabalhar à noite. A qualidade do trabalho desse professor, sem dúvida alguma, não vai ser boa porque, do ponto de vista físico, mesmo intelectual e mental, ele já está esgotado”, declarou.
Outro problema revelado pela pesquisa é o afastamento dos jovens da escola. No Brasil, 75% dos que têm entre 20 e 24 anos, não estão na escola. Nos outros países, esse índice é menor. Pouco mais da metade não frequentam escola ou faculdade.
“O trabalho e a universidade é impossível, ainda mais para quem trabalha no varejo, sábado, de segunda a segunda”, afirmou Rafael Rocha, de 20 anos.
O Ministério da Educação informou que a reforma do ensino médio é prioridade e que houve um crescimento do salário dos professores nos últimos anos, mas que os reajustes dependem dos estados e municípios. Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia


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