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15 de mai. de 2016

É interessante para um Professor fazer PREVIDÊNCIA PRIVADA?

A seginte pergunta inusitada foi enviada por uma professora para nossa redação; interessante para um Professor fazer PREVIDÊNCIA PRIVADA? Não é muito difícil de imaginar por que muitos  tem essa duvida, afinal no Brasil os professores ainda estão longe de receberem o tratamento e o respeito que realmente merecem, principalmente em termos financeiros, isso leva muitos desde cedo a se preocuparem com o futuro.

A previdência privada, ou previdência complementar, é uma modalidade de aplicação financeira cujo principal objetivo é garantir uma renda mensal no período em que você quer parar de trabalhar, por algum motivo especial, ou simplesmente deseja se aposentar.

Esses planos foram criados como forma de transferir a responsabilidade pelo pagamento das pensões, que antigamente eram assumidas pela empresa, para os trabalhadores.

Um dos maiores mitos existentes no mercado financeiro é que planos de previdência privada são uma boa alternativa de investimento para a aposentadoria.

Eles, em sua grande maioria, são vantajosos apenas para os bancos e seguradoras que os oferecem.

Uma das maiores vantagens divulgadas sobre o investimento em PGBL é o “benefício fiscal” em relação ao Imposto de Renda. O que poucos sabem, entretanto, é que você não tem uma isenção fiscal, mas apenas um diferimento fiscal.

O que é diferimento fiscal?

O termo diferimento fiscal é conhecido por poucos investidores. Na verdade, trata-se de uma vantagem fiscal concedida em algumas aplicações, que deve ser analisada com cuidado por quem está planejando investir seu dinheiro.

A palavra diferimento nada mais significa do que adiar.

Portanto, diferimento fiscal significa adiar o pagamento de impostos que são devidos quando você aplica seu dinheiro. Nas aplicações onde existe a possibilidade de diferimento, o imposto é cobrado somente na hora do resgate da aplicação.

Dessa forma, você vai pagar, sim, o imposto de renda.

Existem outras desvantagens?

Sim.

Várias.

Vou citar cada uma delas a partir de agora para que você esteja ciente antes de decidir investir num plano de previdência privada.

Taxas de Administração

A taxa de administração é a recompensa que o gestor recebe pelo seu trabalho em administrar os recursos que você aplicou.

A cobrança se dá sobre o montante total aplicado ao longo de um determinado período.

Exemplo: caso seu plano tenha uma taxa de administração de 2% ao ano, se você investir inicialmente R$ 10 mil, o administrador do plano vai retirar, ao longo do ano, R$ 200,00 do valor investido, independente da rentabilidade.

Taxa de Carregamento

Além da taxa de administração, muitos planos de previdência privada sofrem também a incidência da taxa de carregamento.

Esta taxa tem a função de arcar com os custos da empresa que administra a aplicação.

A taxa de carregamento incide sobre as contribuições.

Funciona da seguinte maneira: de cada R$ 1,00 investido, apenas uma parte é efetivamente investida; a outra é utilizada para arcar com o custo da empresa.

Desse modo, uma taxa de carregamento de 1% equivale a investir R$ 99,00 para cada R$ 100,00 contribuído. A outra parte (R$ 1,00) é retida para compensar os custos em aplicar o dinheiro.

Taxa de Saída

Trata-se de uma taxa cobrada caso você decida resgatar o montante investido antes de um determinado período, geralmente definido no momento da contratação.

É uma espécie de “multa” , para tentar impedir que você desista do plano contratado.

Principal consequência: baixa rentabilidade

Quando comparamos o investimento em títulos públicos com um plano de previdência privada conservador, o segundo costuma perder “feio” em termos de rentabilidade.

Por que?

Justamente por conta dessas taxas cobradas, que simplesmente subtrai quase toda a rentabilidade que deveria ser sua.

O que NÃO fazer?

Após tomar conhecimento disso, muitas pessoas pensam em resgatar o que investiram imediatamente para investir em títulos públicos, por exemplo.

Mas você não deve fazer isso, justamente por conta das taxas que podem incidir sobre a retirada e, principalmente, por conta do pagamento do imposto de renda, que pode chegar a 35% sobre sua rentabilidade, caso você decida resgatar nos primeiros 24 meses.

Então o que fazer?

Eu costumo sugerir três alternativas:

Invista no seu conhecimento para saber quais são realmente as melhores opções de investimento para garantir seu futuro financeiro;
Interrompa imediatamente seus aportes e direcione-os para as aplicações financeiras mais vantajosas para seu bolso;
Ao invés de fazer o resgate, procure por um plano de previdência sem taxa de carregamento e com baixa taxa de administração (até 1% ao ano), e solicite a portabilidade, semelhante ao que ocorre na telefonia, por exemplo.
Atualmente existe a portabilidade de planos de previdência privada.

Se você possui um PGBL no banco ou seguradora A (que cobra taxas altíssimas) e está insatisfeito, você tem o direito de solicitar a transferência para outro PGBL no banco ou seguradora B (com taxas menores).

Esta é a atitude que deve ser tomada. Resgatar tudo de um banco para aplicar novamente em outro certamente vai gerar uma grande perda de dinheiro, por conta das multas e da tributação que incidirá sobre o valor resgatado.

Conclusão – Recapitulando…

Planos de previdência privada, em sua maioria, só são financeiramente vantajosos para o banco. E não para você.

O benefício fiscal tão comentado nada mais é que um adiamento do pagamento do imposto e que, no final das contas, não compensa por conta das desvantagens deste investimento.

Mesmo naqueles casos em que a empresa que você trabalha dobra o aporte (para cada R$ 1 que você investe, ela também investe R$ 1), é bom ficar atento, caso você não planeje passar o resto da vida trabalhando nesta mesma empresa.

Se você receber uma oportunidade de emprego mais vantajosa e precisar sair da empresa atual, em muitas situações você perderá toda a contribuição que a empresa atual fez.

Então é bom dar uma lida no contrato para saber quais são as cláusulas de rescisão existentes e quais serão as perdas em caso de mudança de emprego.

E caso queira conhecer outros problemas da previdência privada, recomendo a:
Problema 1: Eles não são adequados para investir dinheiro no curto prazo (até 10 anos)

O caso mais comum é o de investidores quem perguntam ao gerente qual a melhor aplicação para um dinheiro que vai ficar parado por cerca de três a cinco anos.

Objetivando atingir as metas das instituições, o gerente sugere: “Vamos fazer uma previdência”.

Certamente este não é o objetivo do produto. Até porque a tributação da previdência privada é muito mais alta que as demais aplicações para prazos mais curtos.

Problema 2: Não basta depositar qualquer quantia para ter uma previdência tranquila

As pessoas devem poupar sempre, qualquer que seja o valor, para terem uma reserva para emergências, ou mesmo para adquirirem algum produto ou serviço no futuro. Até porque poupar é mais importante que investir.

Entretanto as pessoas devem evitar o autoengano. Explico: tem gente que ganha R$ 3,5 mil e pensa que, se fizer um plano de R$ 50,00 por mês, terá uma renda extra na aposentadoria.

Se considerarmos os custos (que veremos no próximo problema), você verá que boa parte do valor investido vai para a empresa que vendeu o plano.

Problema 3: Os custos do plano são importantíssimos (e nunca prestamos atenção neles)

O problema dos custos é um dos mais sérios na questão dos planos de previdência. A esmagadora maioria das pessoas não está nem aí para eles (taxas de administração e carregamento) nem sabe da sua existência.

Apenas para exemplificar, vamos comparar um fundo do tipo VGBL que cobre taxas de administração de 1% ao ano e de 3% ao ano.

Se investir R$ 100, por 35 anos, você acumularia algo em torno de R$ 198 mil, se a taxa fosse 1% ao ano. Se optasse por um plano mais caro (3% a.a.), o valor acumulado seria de R$ 124 mil. Notou a “pequena” diferença?

Pesquise bastante antes de escolher seu plano de previdência privada.

Problema 4: Cuidado com as simulações

Você já deve ter ouvido falar que o papel aceita tudo. Muito bem, o simulador da previdência também.

Dependendo das taxas que você utilizar, o computador será capaz de transformar poucos depósitos mensais de R$ 100 em milhões. Veja no problema anterior aonde chegaria, aproximadamente, seu depósito mensal de R$ 100 após 35 anos.

Na hora de vender o plano vale tudo (até que você pegue esse “tudo” e vá discutir no âmbito do Código de Defesa do Consumidor na Justiça). Lembre-se que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Problema 5: Planejamento sucessório

Se você visitar a página dos bancos que, em nome de suas seguradoras ou empresas de previdência, oferecem esses planos, verá afirmativas do tipo “você escolhe para quem deixará seu dinheiro ali depositado, sem passar pelo inventário”.

Tenha cuidado para não abusar dessa declaração. Se houver algum tipo de disputa judicial, o dinheiro do plano irá para o inventário. Se as regras de sucessão estiverem cumpridas, tudo bem. Caso contrário, não será o plano de previdência que irá resolver a situação.

Problema 6: Imposto sobre Herança

Outro argumento bastante utilizado é o imposto sobre herança (imposto sobre transmissão de bens). Os recursos do plano não estão sujeitos a tal imposto.

O problema é o seguinte: qual a taxa de administração e carregamento do fundo?

Imagine que seu estado cobre 4% de alíquota do imposto. Se o carregamento for de 2,5% e a taxa de administração de outros 2% (supondo que uma taxa razoável seria inferior a 1% a.a.), logo de entrada você já pagou o imposto de transmissão estando vivo!

Cuidado com os argumentos de venda e faça as contas.

Conclusão

Pense seriamente antes de contratar um plano de previdência privada. Avalie bem os pontos relativos às características tributárias, de carteira, e de liquidez, isto é, quais as limitações para sacar o dinheiro.

Lembre-se de que há vários provedores de planos de previdência privada que você pode consultar antes de fechar o contrato com algum deles.

Se você já fez seu plano de previdência, foi ler o contrato e viu que tudo isso que mencionei aparecia por lá, há uma solução: a portabilidade.

Você pode, assim como faz (ou pode fazer) com sua linha telefônica, transferir o dinheiro aplicado em um plano de previdência para outro, desde que respeitado o mesmo regime tributário (VGBL para VGBL e PGBL para PGBL).

Por fim, ressalto sempre que melhor forma de tomar qualquer decisão em sua vida é estar bem informado sobre as vantagens e desvantagens existentes.

Isso vale para qualquer área, como a compra de um imóvel, contratação de um seguro, troca de um carro ou mesmo o investimento em aplicações financeiras.

A falta de informação pode custar muito caro no futuro, caso você tome uma má decisão.
Fonte: http://queroficarico.com



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