
Para se ter uma ideia, segundo o Ministério da Educação, apenas 2% dos jovens que saem do ensino médio escolhem ser professores. Falta de um plano de carreira, baixos salários, pouca valorização. Tudo isso desestimula na hora de escolher. Enquanto essa realidade não mudar, a carreira de professor vai ficar cada vez mais distante de muita gente. “A atratividade da carreira docente precisa mudar e isso implica também, não só o aumento de salário, mas a constituição de uma carreira mesmo”, afirma Regina Scarpa, doutora em Educação. Para melhorar o ensino, o Plano Nacional da Educação espera, até 2024, alcançar algumas metas, entre elas garantir que os professores tenham formação superior, que pelo menos 50% de quem dá aula na educação básica tenha pós-graduação e valorizar o salário dos professores em relação a outros profissionais que também tenham nível superior.
O especialista em Educação Fernando Abrucio acredita que o plano é bom, mas que o Brasil avançou muito pouco. “Nós temos que, ao mesmo tempo, melhorar a formação do professor, torna-lo alguém que saiba ensinar bem aos alunos e mudar a carreira do professor para atrair os melhores talentos do país para a docência e assim termos uma sociedade melhor para nossos filhos e netos”, diz.
Uma pesquisa feita em todo o país mostra que a cada quatro professores, um acredita que investir em educação é prioridade. Cinquenta por cento pedem aumento salarial e 48% esperam melhorar o plano de carreira.
Com tantos desafios e pouco incentivo, a pedagoga Consuelo Ribeiro desistiu de dar aulas. Não foi uma decisão fácil para a pedagoga, que passou mais de dez anos ensinando na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Quando você começa a colocar na ponta do lápis o que você precisa para estar na sala de aula, você vai perdendo, você vai vendo que não está compensando”, queixa-se a pedagoga.
Quem continuou na profissão, cobra a valorização do professor. “Olhar o potencial que o professor tem. É ele que contribui para a educação que vai mudar com a sociedade, que vai tornar essa sociedade cada vez melhor”, destaca Andrea Luize, coordenadora de curso de pedagogia. Uma outra meta do Plano Nacional de Educação, aprovada em 2014, é assegurar, em dois anos, planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior.
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia
Nenhum comentário:
Postar um comentário