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19 de out. de 2016

Nigeriano cria bonecas negras contra preconceito e supera venda de Barbie

O preço das bonecas começa em US$ 5 (Foto: Queens of Africa/Divulgação)

   A Nigéria é o país com a maior população negra do mundo. Mesmo assim, quando o nigeriano Taofick Okoya foi comprar um presente de aniversário para sua sobrinha, em 2006, só achou bonecas brancas nas lojas. Foi então que o empresário de 44 anos, que na época era diretor-executivo da empresa familiar de utensílios de plástico, teve a ideia de fabricar bonecas que fossem da cor da imensa maioria das crianças de seu país.
Surgiu, assim, a Queens of Africa ("rainhas da África"), uma empresa que hoje já vende mais bonecas na Nigéria do que a famosa Barbie. “A ideia é promover a autoaceitação e a confiança nas crianças africanas e nigerianas. Queria que elas gostassem de si mesmas e de sua raça. Percebi que a superexposição a bonecas e personagens brancos fazia com que elas desejassem ser brancas”.
Bonecas da Queens of Africa (Foto: Queens of Africa/Divulgação)

A marca enfrentou resistência no início. Segundo Okoya, os nigerianos não estavam acostumados a ver bonecas negras e as crianças preferiam as brancas. Além da barreira cultural, havia a barreira econômica. “Bonecas são vistas como algo elitista na Nigéria, porque costumam ser caras”, diz o empresário. A solução foi criar produtos com várias faixas de preço: a boneca mais barata, chamada Princesa Naija, é vendida pelo equivalente a US$ 5 (cerca de R$ 11).
Depois de “muitos altos e baixos”, a Queens of Africa emplacou. Em média, são fabricadas cerca de 24 mil unidades por mês – o número sobe nos períodos festivos, como Natal e Dia das Crianças.
No perfil da marca no Facebook, uma mensagem em inglês e em português diz que as bonecas chegarão em breve ao mercado brasileiro.


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