Jovens rebeldes na escola são vistos em cada geração, e, embora a rebelião raramente dure até a idade adulta, pode ser difícil saber as razões por trás do comportamento disruptivo. Alterações no desenvolvimento do cérebro, hormônios, estresse e pressão dos colegas, todos desempenham sua parte em dar a um jovem uma razão para agir desafiadoramente. Mas então o que mudou nos dias de hoje? É difícil explicar, visto que os motivos são diversos, mas o que tem sido consenso entre especialistas é que o grande aumento de famílias desestruturadas tem consequentemente gerado uma quantidade maior de crianças e adolescentes levando uma vida sem regras e limites básicos. E mesmo em famílias consideradas estáveis, a maioria dos pais trabalham a semana toda e não tem tempo de educar corretamente seus filhos. Seja como for a responsabilidade de colocar limites e regras tem ficado cada vez mais com o professor.
De acordo com estudos, a maioria dos professores experimentam
estresse no trabalho pelo menos duas a quatro vezes por dia, com mais de 75 por
cento dos problemas de saúde dos professores atribuídos ao estresse. Em muitas
escolas ainda é comum colocar toda a responsabilidade no professor, ao dizer
principalmente que o professor não tem controle de turma como um tipo de
limitação profissional. Não tendo a quem recorrer e ainda com medo de ser demitido, o stress do professor aumenta e a queda no rendimento do profissional
é inevitável, o que em muitos casos leva o profissional a perder o
emprego. “É mentalmente e fisicamente desgastante. É onerosa e demorada. É implacável e aparentemente interminável”, esse foi o comentário de um professor de ensino médio que já lidou com muitas turmas difíceis.

O cenário que o professor como um todo enfrenta é de baixa
remuneração, superlotação das salas de aula, aumento da indisciplina e do
desrespeito, desvalorização social e
falta de estrutura e de recursos nas escolas. Essa
pressão tem tido repercussões, esses profissionais não estão apenas deixando a
profissão mais cedo, mas cada vez menos estão entrando nela. Um estudo recente
descobriu que 40 por cento dos professores esperam deixar o ensino nos próximos
cinco anos. E muitos já colocam a carreira no ensino escolar como temporária, até
que oportunidades melhores apareçam, como por exemplo, ingressar como docente
em uma faculdade pública ou particular, onde o salário é mais atrativo e as
possibilidades de crescimento profissional são maiores. A verdade é que não
importa quantas reformas se faça na educação, a qualidade vai continuar caindo
até que a carreira de professor seja verdadeiramente valorizada.
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