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10 de jan. de 2017

“A aposentadoria especial do professor não é frescura. É para manter a sanidade mental”


proposta de reforma da Previdência  enviada pelo governo ao Congresso prevê que os professores passem a se aposentar pela idade mínima de 65 anos e contribuam por pelo menos 25 anos, assim como os outros trabalhadores. Pelo desgaste da profissão, hoje os professores podem se aposentar mais cedo que outras categorias com a chamada aposentadoria especial. Quem leciona nos ensinos infantil, fundamental e médio pode pedir o benefício do INSS com 25 anos de contribuição e 50 de idade, para mulheres, e com 30 de contribuição ou 55 de idade, para homens. O professor universitário está fora dessa regra. Esse possível fim da aposentadoria especial já está fazendo professores pensarem em 'plano B'.

A professora da rede municipal Fabrícia Santos Amaral, que leciona há 15 anos, diz que não consegue se imaginar em uma sala de aula com 65 anos de idade, devido ao esgotamento da profissão. No ano passado, ela ficou afastada da função por estresse.
“A aposentadoria especial do professor não é frescura. É para manter a sanidade mental”, defende Fabrícia. “Não sei o que vou fazer da vida se essa reforma passar, mas considero até largar o magistério.” Já a professora do ensino particular Denise Bergamo, de 50 anos, poderia ter se aposentado em agosto do ano passado com um valor mais baixo, mas preferiu esperar mais dois anos para receber o benefício integral pela fórmula 85/95, que ainda está em vigor. Agora, ela considera antecipar o pedido o quanto antes.

A vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, considera que a reforma foi muito drástica para algumas categorias, incluindo os professores. “Imaginávamos que seria ruim, mas foi pior do que pensávamos”, comenta. A taxa de adoecimento da categoria deve aumentar muito caso a idade mínima dos professores suba para 65 anos, na opinião da presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha. “Os professores não são privilegiados pela aposentadoria especial. É uma profissão penosa, que lida com seres humanos”, defende.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia



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