Recentemente
uma reportagem do Jornal Nacional da rede Globo chamou atenção ao falar dos
professores da rede municipal de Costa Rica, no Mato Grosso do Sul, porque
receberam não um, mas vários bônus nesse último fim de ano. Em dezembro, além do 13º, eles ainda viram as
contas bancárias engordar com o 14º, 15º, 16º e ainda metade de um 17º. Tudo
isso fora o salário do mês, e as férias. Ao todo, foram seis salários em menos
de 30 dias.
De onde veio esse dinheiro? A prefeitura tem uma explicação
simples. Ela diz que usa o dinheiro do Fundeb (Fundo para a Manutenção e o
Desenvolvimento da Educação Básica).
O que é o Fundeb?
É um conjunto de fundos contábeis formado por recursos dos
três níveis da administração pública do Brasil para promover o financiamento da
educação básica pública. Foi criado em
janeiro de 2007 e substitui o FUNDEF, sendo que a principal diferença é
atender, além do ensino fundamental, objeto do antecessor, também atender a
educação infantil, o ensino médio e a educação de jovens e adultos
Na prática
Um relatório feito há alguns anos da Controladoria Geral da
União apontou irregularidades na gestão dos recursos do Fundeb. De acordo com a
CGU, houve mau uso dos recursos em 7 de cada 10 municípios. “Constataram-se
inconsistências na realização de despesas e graves ocorrências de diversas
irregularidades nos processos de aquisições, o que demonstra incompatibilidade
entre as despesas e os objetivos do programa, bem como fragilidade no controle
da aplicação dos recursos, o que exige um aperfeiçoamento da legislação com
vistas à fiscalização, monitoramento e supervisão da aplicação dos recursos do
Fundeb”, diz o relatório da CGU. Claro que esse relatório não é a única
denuncia envolvendo o Fundeb. Quer fazer
uma pesquisa interessante? Digite no google “mau uso do Fundeb” e veja a enorme
quantidade de reportagens denunciando todo tipo de irregularidades absurdas.
Conclusão
Chegamos a fácil conclusão que se você é professor e não
está recebendo seus “14º,
15º, 16º salários” é por que o dinheiro destinado à educação no seu município, pode
está sendo mal administrado ou até desviado em algum esquema de corrupação. Claro que o ponto aqui não é necessariamente o “16º
salário”, mas que os recursos sejam aplicados onde a lei diz que devem ser
aplicados, ou seja, no pagamento do salário dos professores, diretores e orientadores
educacionais, e pode ser usado também em atividades como o custeio de programas
de melhora da qualidade da Educação, a formação continuada dos professores, a
aquisição de equipamentos, a construção e manutenção das escolas.
Não
seja alguém que fala e reclama apenas nas redes sociais
Denuncie o uso irregular do dinheiro público. O site da
Corregedoria Geral da União para denúncias do uso irregular do dinheiro
público. O objetivo é conscientizar a sociedade civil de que ela pode fazer
parte do combate à corrupção. O cidadão que tiver conhecimento de algum desvio
ou mau uso de dinheiro público pode fazer uma denúncia diretamente à
Corregedoria Geral da União, órgão do governo federal.
Passo a passo
No site, descreva a irregularidade encontrada com o máximo
de detalhes. Indique o Estado e cidade em que o problema foi detectado. É
possível incluir algum tipo de prova, como foto ou vídeo. Pode-se também
indicar quem é o responsável pela irregularidade (caso seja de conhecimento). A
CGU permite que a denúncia seja anônima, mas pede que o cidadão, de
preferência, se identifique para que possíveis dúvidas sobre a denúncia sejam
esclarecidas. No final, quem denuncia pode escolher se quer que seu nome seja
mantido em sigilo pelo órgão.
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