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19 de jul. de 2021

Das salas de aulas para as redes sociais. Como alguns Professores transformaram a internet em fonte de renda.

Para tiktokers de educação, vídeos despertam curiosidade para novos conhecimentos. 




Para alguns professores, a internet também é fonte de renda. Assim, eles se fazem presentes em várias redes sociais, multiplicando a abrangência dos conteúdos que produzem, ganhando escala. Um mesmo vídeo pode estar em várias plataformas, como TikTok, Reels (do Instagram), ou o Kwai. Uma marca forte do TikTok é a breve duração de seus vídeos. Na última sexta (1º), a plataforma anunciou que vai ampliar a duração dos vídeos para até 3 minutos.


E se um internauta gosta de um vídeo curto com uma dica, pode ser que se interesse em outro mais longo no YouTube, que paga ao autor contando visualizações. Os professores também vendem cursos desenvolvidos por eles, como preparatórios para concursos e vestibulares. Gabriel, Luiza, Noslen e Sandro oferecem aulas pagas na internet.


Sandro conta que 80% da renda e trabalho são ligados à produção de vídeos, e 20% a aulas presenciais "para não perder o timing" dos alunos. Gabriel fala em 60% digital, e 40% presencial. "Ainda não inverti, meu objetivo é esse", aposta.


Luiza não dá aulas em escolas, mas montou um curso de inglês após viajar para mais de 24 países. O "treinamento" para abrir a escola foi nas redes sociais. "Comecei no Instagram em outubro de 2019 para entender como eu ensinaria, já pensando em criar o curso. E também me treinar como professora, de forma gratuita, sem pressão porque não pedia nada em troca", conta.


Noslen dá aulas para duas turmas presenciais em um colégio particular em Curitiba. O restante da renda vem do digital, onde começou a publicar vídeos no YouTube em 2016.


"Eu dava aula presencial e percebi que os alunos todos estavam com os celulares nas mãos. E sempre entendi a tecnologia como facilitadora da aprendizagem. Pensei: vou fazer o caminho inverso, em vez de tirar o celular do aluno, vou entrar no celular dele. E deu muito certo", relembra Noslen. Um ano depois, ele tinha 1 mil inscritos. Atualmente, são 3 milhões.


TikTok para divulgação científica e dicas para memorizar conteúdo

Sandro Curió, o @matematicasandrocurio, professor de matemática da rede privada com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok, aposta em macetes para os alunos decorarem fórmulas. "Não só aprende como pega macete para aprender algo que já sabia", afirma. "Consigo levar as pessoas a aprenderem de forma rápida e fácil, para ganhar gosto pela matemática", diz.


Noslen de Oliveira, o @professornoslen, professor de língua portuguesa com mais de 500 mil seguidores, defende a aprendizagem na internet e nas redes sociais. "A ideia é exatamente mostrar que a educação está em todos os lugares e a gente pode aprender em todos os lugares. Meu desafio é mostrar que a língua portuguesa está em nosso cotidiano e poderíamos aprender em qualquer local", fala.


"Para o TikTok, educação é mais do que este conceito que temos de matérias, de conteúdo escolar, de fato. A ideia é passar para pessoas qualquer tipo de conteúdo que elas possam aprender, e ponto final. Você abraça mais temas do que propriamente a educação formal, como a gente entende", afirma Ronaldo Marques, líder de parcerias de conteúdo do TikTok Brasil.


Cuidado com crianças pequenas

A produção de vídeos no TikTok precisa ser atenta às características da ferramenta e à idade dos alunos, alerta Rodrigo Baglini, o @professorbaglini, professor de história, geografia e educação digital que dá aulas para 14 turmas da rede municipal de São Paulo. "Acho que o TikTok desperta, aguça a curiosidade", afirma



Rodrigo usa o TikTok para fazer vídeos para alunos do ensino fundamental – mas, como são crianças pequenas, a estratégia é produzir e editar o vídeo no TikTok, mas distribuir em grupos de WhatsApp. "Nem divulgo minha conta para meus alunos", conta. Ainda assim, tem na rede quase 6 mil seguidores.


"Nos anos iniciais, principalmente em processo de alfabetização, o aluno precisa de auxílio, ainda está desenvolvendo a autonomia. Minha preocupação no TikTok é escancarar muitas bobagens. A criança vê meu vídeo, passa o dedo, vai para outro vídeo adulto. É tudo muito rápido, por mais que o algoritmo tente personalizar a experiência", reflete.


Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2021/07/07/alem-das-dancinhas-professores-aderem-ao-tiktok-com-divulgacao-cientifica-e-dicas-para-memorizar-conteudo.ghtml


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