Caso a estimativa de salário mínimo para 2022 se concretize, o piso nacional poderá atingir uma marca histórica com a maior oferta em anos. A última previsão de reajuste apresentada gira em torno de R$ 1.200.
A estimativa de salário mínimo para o ano que vem se baseia na última projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2021, que deu um salto de 8,4% para 9,1%. O INPC é um dos medidores oficiais da inflação utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No decorrer do ano o INPC ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgam previsões periódicas da inflação, até que o índice oficial seja determinado ao final de cada ano.
Este é o recurso utilizado para aplicar o reajuste do salário mínimo, do preço dos alimentos, serviços e uma série de outros produtos.
É importante lembrar que se a correção atual se confirmar sem nenhuma alteração no cálculo, o reajuste do salário mínimo de 2022 continuaria ainda maior do que as estimativas anteriores.
Hoje, o piso nacional é de R$ 1.100, no então já foram mencionadas as possibilidades de o salário mínimo de 2022 pagar R$ 1.169 ou R$ 1.192, mas nenhum desses valores foi confirmado.
Pela Constituição, o salário mínimo deve ser corrigido anualmente com base, pelo menos, no INPC ou IPCA do ano anterior. Contudo, é importante lembrar que o piso nacional de 2021 não repôs a inflação de 2020. Isso porque o índice aplicado no cálculo foi de 5,26%, enquanto a inflação oficial fechou em 5,45%.
Esta negligência gerou a desvalorização do poder de compra do consumidor, tendo em vista que para ser mantido o salário mínimo deveria pagar R$ 1.101,95 neste em 2021.
Por diversas vezes no decorrer deste ano, secretários do Ministério da Economia afirmaram que esta diferença seria reposta até o final do ano, contudo, o ajuste ainda não aconteceu.
Também é válido ressaltar que se a proposta de salário mínimo para 2022 se consolidar, o reajuste será feito somente com base na inflação. Na prática, isso quer dizer que não haverá um ganho real para o trabalhador brasileiro que continuará sendo remunerado sem uma correção real.
Enquanto os preços dos alimentos, gás de cozinha, combustíveis, entre tantos outros produtos e serviços continuam crescendo.
Para se ter uma noção do que realmente deveria ir ao bolso do trabalhador brasileiro no início de cada mês, uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no preço da cesta básica indicou que o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 5,8 mil em outubro.
Esta quantia considera as despesas básicas com educação, alimentação, segurança e lazer de uma família de quatro pessoas, composta por duas crianças e dois adultos. Isso porque, a cesta básica mais cara do Brasil cobra R$ 700,69 em Florianópolis (SC), preço que é mais da metade do salário mínimo vigente.
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