“As nossas mais velhas lutaram e abriram caminhos para a gente chegar até aqui”, exalta Fabi.
A Lei de Cotas, aprovada pelo Congresso e sancionada em 2012, completa 10 anos no final de agosto. A lei determina que universidades e instituições de ensino federais reservem metade das vagas para estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas e consigam a nota necessária para ingressar na instituição escolhida.
As cotas raciais viraram uma subcota, dentro dessa reserva de vagas para alunos de escolas públicas. E a porcentagem para pretos, pardos e indígenas não é fixa – varia de acordo com a quantidade de habitantes desses grupos no estado onde se localiza a instituição de ensino.
As cotas para pessoas com deficiência, introduzidas em 2016, estão nesse mesmo recorte.
Para entender melhor a importância das cotas na vida dos brasileiros, o Fantástico conversou com vários cotistas e, entre eles, Gil do Vigor, que deixou sempre claro seu orgulho de ter cursado Economia por meio da Lei de Cotas.
“Eu não me sentia parte daquilo, eu não achava que eu conseguiria conviver com aquelas pessoas, mas, ao mesmo tempo, eu não permiti que esse sentimento tomasse conta de mim”, conta Gil.
Ele se formou em 2016, depois fez mestrado, participou do BBB 21 e, este mês, foi para os Estados Unidos fazer doutorado em Economia na Universidade da Califórnia, em Davis.
As estudantes Fabi e Aline também sabem da importância do lugar que ocupavam quando eram cotistas da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp.
“As nossas mais velhas lutaram e abriram caminhos para a gente chegar até aqui”, exalta Fabi.
Já Aline diz que, apesar do avanço, o Brasil ainda tem muito que caminhar para alcançar um ensino mais democrático.
“A lei de cotas era para ter acontecido há 150 anos. A gente já está com atraso”, afirma.
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