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14 de ago. de 2016

20 Dicas para Professores aproveitarem a febre do Pokémon Go em Sala de Aula


Os protozoários na aula da professora de biologia Viviane Bozolan Porto ganharam as caras dos pokémons. Eddy Antonini ensinou trigonomotria fazendo uma analogia com a incubadora de ovos de jogo. E até na aula de espanhol da professora Priscila Oliveira Vieira o Pokémon Go vai aparecer. O grupo de alunos do 7º ano que acertar a conjugação dos verbos irregulares, na atividade que vai ocorrer na semana que vem, terá direito a caçar os monstrinhos durante a aula.
Eddy Antonini, dá aulas nos cursos técnicos de eletrônica e eletrotécnica da Etec, em Itapeva, no interior de São Paulo. Ele usou uma situação hipotética do jogo para explicar conceitos da trigonometria e do Teorema de Pitágoras. 
“Era uma aula de eletroeletrônica e eu tinha mencionado que iríamos estudar trigonometria, que era para revisar do ensino médio, eu comentei que dava para aprender até com pokémon. Depois que acabou a aula, alguns alunos ficaram e pediram para eu explicar. Mas pretendo repetir essa mesma explicação nas aulas regulares”, diz Eddy.
Ele diz que suas aulas costumam ser integradas com a cultura do dia a dia, mas que não substitui os métodos tradicionais da didática. “Quando lançou o filme do Thor, por exemplo, eu criei uma situação hipotética para usar a Bifrost como exemplo de condutor elétrico. Eu sempre uso a aproximação da realidade cultural dos alunos com o conteúdo.”
Acerto de verbo em espanhol vale caça 
Na semana que vem, os alunos da professora de espanhol Priscila Oliveira Vieira, da escola Mary Ward, estarão liberados para caçar pokémons pela escola. Mas não deliberadamente. Ela vai fazer uma atividade de revisão, em que a sala do 7º ano estará dividida em dois grupos. Haverá um líder em cada um deles que estará com o celular ligado no jogo em um espaço aberto do colégio.
Quando aparecer um pokémon, a professora vai lançar um verbo irregular do pretérito indefinido, se o grupo acertar a conjugação, ganhará o direito de caçá-lo. Se errar, adeus pokémon.
Priscila diz que os alunos ajudaram a compor as regras da brincadeira e estão ansiosos para participar. “Isso vai fazer com que eles memorizem os verbos. O conteúdo é difícil e o jogo desperta muito interesse. Eles vão se motivar a estudar para poder caçar.”
Pokémon aparece e jogador pode caçá-lo com a pokebola (Foto: Reprodução)
Pokémon aparece e jogador pode caçá-lo com a pokebola (Foto: Reprodução)
‘Jogo não é isolado da educação’ 
Para Roger Tavares, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e especialista em games, os jogos sempre têm um fim pedagógico, até os violentos. “O jogo é feito por pessoas e todo mundo passou pela escola. Uns gostam mais e outros menos, mas o jogo não é uma coisa e a educação outra. Ele faz parte do ser humano”, diz Tavares, que atualmente faz pós-doutorado em Portugal sobre o tema.
Tavares acredita que se aplicados no ensino, os games podem ajudar a desconstruir a escola como um lugar maçante. “Vejo a escola como um lugar para socializar e trocar experiência. A visão da escola como lugar para ser reprimido, mudou. Alguns professores não entenderam que o videogame é amigo da escola e pode ser usado de muitas maneiras.”
Veja dicas de como usar o jogo: 
Sugestões avaliadas por Rafael Lucena, professor de biologia do Stoodi (startup de educação à distância que oferece videoaulas); Roger Tavares, professor da UFRN, atualmente no pós-doutorado em Portugal; e Leonardo Freitas Alves, professor de português da rede privada, em Brasília.
LINGUAGEM 
- Pedir que seus alunos escrevam histórias baseadas em uma aventura vivida por um dos pokémons de sua coleção;
- Pedir que seus alunos escrevam um diário baseado em seu avatar no jogo;
- Pedir que seus alunos escrevam um diário sobre o que viram e aprenderam jogando, incluindo pontos históricos ou turísticos;
- Pedir que seus alunos escrevam uma carta para seu professor buscando convencê-lo a permitir que jogue na sala de aula. Vale lembrar, neste item, que há escolas que proíbem o uso do celular;
- Pedir que seus alunos escrevam um artigo sobre os pontos positivos e negativos do uso do jogo na escola; ou sobre as razões para o jogo estar conquistando fãs por todo o mundo.
MATEMÁTICA/ FÍSICA/ QUÍMICA 
- Usar as características do pokémons do jogo para ensinar probabilidade, aplicando-a sobre o cálculo das chances de determinados pokémons vencerem os oponentes em combates;
- Realizar diferentes agrupamentos de pokémons para construir problemas envolvendo diagramas de Venn e Carrol;
- Usar informações de peso e altura dos pokémons, disponíveis no pokedex, para realizar atividades de estatística, incluindo a produção de gráficos;
- O jogo oferece a possibilidade compras. Formule problemas a partir dos principais interesses de compra dos alunos no jogo. Um exemplo: o que vale a pena comprar e o que não vale. Ou, ainda, como aproveitar melhor cinco dólares em compras com objetivo de conseguir mais pokémons;
- O jogo usa um círculo para determinar a área da captura dos pokémons. Use isso para trabalhar as áreas do círculo;
- No item “journal” é possível obter relatório sobre data e horário de captura dos monstrinhos. Elabore atividades sobre cálculo de tempo, como a elaboração de gráficos;
- Consumo de banda de telefonia: incentive os alunos a usarem dados disponíveis nos próprios celulares para elaborarem trabalhos sobre o consumo de dados e realizarem projeções;
- Usar conceitos da velocidade e trajetória da física para calcular a distância e tempo da captura dos pokémons;
- Nas batalhas nos ginásios, os pokémons lutam, mas é possível prever o vencedor, de acordo com a característica de cada monstrinho (terra, água, ar e fogo), lembrando conceitos da química.
BIOLOGIA 
- Evolução: como os conceitos de evolução se relacionam com a evolução dos pokémons do jogo?;
- Diversidade biológica: por que alguns pokémons são mais comuns que outros? Qual a relação entre seus poderes e as reais capacidades dos animais a que os pokémons são comparados?;
- Ecologia: por que alguns pokémons aparecem somente em certos locais ou horários? Qual a relação entre seu "perfil" (terra, água, fogo, planta, ar, etc.) e suas possíveis localizações?
- No jogo é possível encubar ovos. Mas o que é a encubação? Peça para os alunos realizarem um relatório sobre diferentes formas de reprodução.
GEOGRAFIA 

- Usar o jogo para discutir posicionamento e direção; abordando por exemplo a discussão sobre em qual ponto cardeal está o ponto de interesse mais próximo no jogo;
- Pedir para que os alunos desenhem um mapa com a área onde localizaram seus pokémons.
ARTES 
- Criar e desenhar novos pokémons;
- Dança, teatro e música também podem aproveitar o tema para propor atividades. Uma sugestão é fazer um estudo das cores. Por que alguns pokémons têm cores mais cortes do que os outros. Há uma relação sobre o seu perfil? Os que têm cores mais fortes são mais agressivos, por exemplo?
Sobre o jogo 
Pokémon Go é um game gratuito de realidade aumentada para smartphones Android e iOS. O jogo utiliza o sistema de GPS dos aparelhos para fazer com os jogadores se desloquem fisicamente para conseguir capturar os monstrinhos da franquia da Nintendo.
Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia


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